Quando o "desbloqueio por leitura da íris" em telefones celulares se tornou uma rotina diária, poucos percebem que essa tecnologia—usando o olho como uma "chave"—percorreu uma jornada de 40 anos, desde a pesquisa laboratorial até a industrialização. A história do reconhecimento da íris encapsula a busca implacável da humanidade por "autenticação precisa da identidade."
Já no século 19, os cientistas identificaram diferenças individuais nos padrões da íris, mas foram dois estudiosos na década de 1980 que transformaram essa observação em uma estrutura teórica para a tecnologia de reconhecimento: o oftalmologista americano Leonard Flom e o especialista em computação Aran Safir. Em 3 de fevereiro de 1987, sua patente nos EUA se tornou a primeira a propor sistematicamente que "a íris pode servir como base para o reconhecimento da identidade". Ela observou que as texturas complexas da íris—como dobras e criptas—se estabilizam para a vida após a formação durante o estágio embrionário, com até mesmo gêmeos idênticos tendo diferenças distinguíveis na íris, estabelecendo a base biológica para o reconhecimento da íris.
Transformar essa teoria em prática dependeu de uma descoberta crucial do cientista britânico John Daugman. Em 1º de março de 1994, sua patente nos EUA estabeleceu um algoritmo de extração de características da íris baseado na transformada wavelet de Gabor. Este algoritmo converte as texturas da íris em um código digital exclusivo de 256 bytes, conhecido como "modelo de íris". Sob as condições técnicas de 1994, ele primeiro controlou a taxa de aceitação falsa (FAR) abaixo de um em um milhão, atendendo aos padrões de aplicação prática. Embora a teoria de Flom e Safir tenha fornecido a premissa para a implementação técnica, o algoritmo de Daugman resolveu o problema central de "como extrair características com precisão"—uma tecnologia que permanece a pedra angular do reconhecimento da íris hoje.
No início do século 21, o reconhecimento da íris primeiro se estabeleceu em áreas de alta segurança. Em 2002, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA) o implantou para controle de acesso a bases militares. Em 2005, o Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, introduziu um sistema de reconhecimento da íris para verificação da identidade dos passageiros que chegavam, tornando-se o primeiro caso de aplicação pública em larga escala do mundo.
No entanto, esta fase teve limitações técnicas notáveis: o equipamento era volumoso (os primeiros scanners pesavam vários quilogramas), a distância de reconhecimento era de apenas 10–20 cm, uma única leitura demorava mais de 3 segundos e os custos excediam dezenas de milhares de dólares—tornando-o inacessível para a vida cotidiana.
Em 28 de maio de 2015, a Fujitsu lançou o Arrows NX F-04G, o primeiro smartphone do consumidor com reconhecimento da íris, marcando a entrada da tecnologia na popularização civil. Um novo ponto de virada veio em 2017, quando o Galaxy S8 da Samsung integrou o reconhecimento da íris com um design de tela cheia. Usando uma câmera infravermelha próxima em miniatura e algoritmos otimizados, ele alcançou reconhecimento rápido a 30–50 cm, mesmo em ambientes com pouca luz.
Hoje, o reconhecimento da íris fez três grandes avanços: a distância de reconhecimento se estendeu para 30 cm–1 metro, o tamanho do dispositivo foi reduzido para o tamanho de uma unha (por exemplo, módulos de câmera frontal em telefones) e a velocidade de processamento do algoritmo aumentou para 1 milhão de comparações por segundo—adequado para recuperação em tempo real em grandes bancos de dados. Em termos de segurança, a FAR do reconhecimento da íris pode ser tão baixa quanto um em 10 milhões, superando em muito o reconhecimento de impressão digital capacitivo convencional (FAR de ~0,001%, ou um em 100.000), mantendo uma vantagem significativa na unicidade da autenticação de identidade.
O reconhecimento da íris de última geração está avançando em direção a capacidades "de longo alcance e não cooperativas". Pesquisas da indústria mostram que o reconhecimento da íris de longo alcance fez progressos laboratoriais, permitindo a identificação de olhos humanos em movimento a poucos metros—mesmo com óculos. A pesquisa de mercado prevê que o mercado global de reconhecimento da íris crescerá de US$ 3,4224 bilhões em 2022 para US$ 12,6589 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 18,5%. À medida que a tecnologia amadurece, espera-se que o reconhecimento da íris se integre a óculos de realidade aumentada e para-brisas de carros inteligentes, permitindo experiências contínuas onde "a identidade é confirmada onde o olhar alcança."
De projetos teóricos em laboratórios a um recurso em telefones de bolso, os 40 anos de reconhecimento da íris personificam o uso da tecnologia pela humanidade para decodificar a "unicidade biológica". As empresas chinesas estão acelerando os esforços para remodelar o cenário tecnológico global: a Wuhan Homsh Technology Co., Ltd. desenvolveu de forma independente um algoritmo de reconhecimento da íris certificado pelo Ministério da Segurança Pública da China. Seus módulos de íris embutidos são usados em terminais financeiros domésticos e campi inteligentes, com tempos de resposta controlados em 0,3 segundos. No futuro, esta "senha" escondida no olho abrirá ainda mais possibilidades na vida, impulsionada pelo progresso tecnológico contínuo.